White Label #007 – Nobody Is Not Loved
Solomun encontra Jamie Foxx e se reencontra com o Solomun que a gente gosta
Pra ler ouvindo: “Ocean”, lançada hoje, uma collab entre Solomun e o ator/cantor Jamie Foxx.
Precisamos falar sobre o cara que na música eletrônica underground é chamado por muitos de “rei”: Mladen Solomun. Nascido na Bósnia e Herzegovina e radicado na Alemanha, ele cresceu em Hamburgo, onde conheceu a música eletrônica, recusou um convite pra jogar na seleção alemã de futebol aos 16 anos e mergulhou na cena, até criar sua gravadora Diynamic Music, em 2006.
O resto é uma história que, quem vive nas festas, certamente já conhece. O fato é que, depois de 12 anos, ele prepara o lançamento de seu segundo álbum para o dia 28 de Maio. “Nobody Is Not Loved” terá 12 faixas e participações de Isolation Berlin, Tom Smith, ATNA, Planningtorock, Anne Clark, Zoot Woman e do ator/cantor Jamie Foxx, que motivou o conteúdo dessa newsletter.
Mas por que tanta demora, mestre Solomun?
Antes de trazer a resposta dele, vale lembrar o caso Hardwell: sabemos, todos, que quando Hardwell anunciou sua pausa nos shows, ele atribuiu à pressão de prazos e à insanidade que era manter sua capacidade produtiva em meio a uma rotina pesada de turnês, onde você dorme pouco, come mal e está sempre no ar ou na estrada, com horários a cumprir. Agora, sim, vamos à resposta de Solomun: “Não é tão fácil fazer um álbum sendo um artista que faz turnê frequentemente, sobretudo no meu caso. Sempre quis ter algo pra contar quando fizesse um álbum, e não apenas ‘jogar’ 10 músicas”.
Sinal de maturidade de um artista que, aos 45 anos, conduz sua carreira de forma serena, fazendo questão de manter tudo sob seu controle. Bem daquele jeitão característico que ele costuma pilotar as pistas de dança, como se estivesse falando pra multidão: “calma, calma, relaxem que o pai tá aqui, fiquem calmos, não esperem hits o tempo todo porque aqui o buraco é bem mais embaixo e eu vou testar a capacidade de cada um de vocês”. É engraçado, mas é exatamente essa a leitura que eu faço quando o vejo tocar.
Desafiar a pista é para poucos. Principalmente no Brasil, onde há uma ansiedade extrema por hits e uma intolerância generalizada com DJs que gostam de contar histórias em sets longos. Parece que se a pista não levantar as mãos pra cima toda hora, você não tem valor como DJ. Essa lógica é deliciosamente quebrada quando Solomun vem ao país. Ele geralmente abre o set com uma track que não explode, pra dar logo o recado: “vamos com calma que hoje eu só termino meu set amanhã, sem pressa e sem pressão”. Fica quem sabe apreciar. Mas aí a jornada é tão boa que todo mundo fica até o fim. Eu, particularmente, não gosto de romantizar artistas, mas gosto quando vem alguém e nos diz como é que a banda toca.
Hoje, sexta, 07 de Maio, ele lançou “Ocean”, com participação do brilhante ator/cantor Jamie Foxx, ganhador do Grammy. Esta é certamente a faixa do álbum e (já) candidata ao seu maior hit autoral até aqui. Assista ao clipe:
Impressionante como deu liga a composição suave de Solomun com a voz aveludada do ator/cantor/produtor/roteirista/comediante Jamie Foxx, que foi o protagonista de “Ray” (filme biográfico de Ray Charles, obrigatório!), dentre outros.
E como rolou essa collab?
“WOW, estamos falando de Jamie Foxx, isso parece tão irreal! Conhecemo-nos através de um amigo em comum, o diretor de cinema Ariel Vromen, e foi assim que tudo aconteceu. Sempre admirei Jamie Foxx, não apenas como ator, mas também como cantor. A princípio eu pensei que nunca mais fôssemos nos encontrar, mas quando o instrumental chegou num ponto onde eu pensei que sua voz e a maneira como ele canta poderiam se encaixar, tudo se encaixou de algum jeito. Ele imediatamente sentiu a track e a cantou surpreendentemente bem. Ele inclusive chegou a cantar quando nos reunimos no meio de um restaurante em Los Angeles, com um boombox de base. Nesse momento eu pude reconhecer: ele realmente sentiu a pegada da música”.
Um bônus pra fechar o assunto Solomun e nos reconectar com sua genialidade na construção de sets memoráveis. Esse do Boiler Room está prestes a bater a marca de 50 MILHÕES DE VIEWS:
3 DROPS ANTES DE TERMINAR...
_ Este mês sai o documentário “Better Days: The Story Of UK Rave”, que se propõe a retratar os 30 anos de cena rave na Inglaterra, com participação de vários pioneiros, entre eles Paul Hartnoll (do lendário duo Orbital). A estreia está prevista para 30 de Maio pela Amazon Music. Confira o trailer aqui.
_ O primeiro museu brasileiro no Minecraft: Education Edition! Uma parceria do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) com a Microsoft e a Agência Africa viabilizou isso. O projeto oferece experiências únicas aos jogadores ao combinar arte, educação e games, com reproduções do espaço do museu e de obras do acervo, jogos pedagógicos, atividades lúdicas e propostas de aulas. Que show de inovação em forma e conteúdo. Vou pedir pro meu sobrinho de 6 anos me mostrar tudo isso neste final de semana.
_ Menção honrosa para o trabalho de Gestão de Conteúdo do produtor brasileiro Zerb, que lançou hoje a track “Hard To Keep”. Adoro a identidade, as músicas, os sets e a originalidade.
E, enfim, sextou! Hoje o WLN #Top3 traz 3 hits atemporais dele... O rei Solomun:
01. Solomun – Kackvogel
02. Noir & Haze – Around (Solomun Remix)
03. Foals – Late Night (Solomun Remix)
Até o próximo e-mail.
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Saudades do Solomun no Laroc...
Rapaz do céu, que gatilho que deu pra uma noite de Solomun e hypo a expectativa por esse album!